Doze apóstolos sentados à mesa com Jesus Cristo. A obra foi encomendada pelo então duque de Milão, Ludovico Sforza, para decorar uma das paredes do refeitório do monastério dos padres dominicanos de Santa Maria delle Grazie, que ele pretendia transformar em mausoléu de família.
Apóstolos à Mesa
A obra retrata a última reunião de Cristo com seus 12 Apóstolos e o momento em que Jesus diz: “Em verdade, vos digo que um de vocês me trairá”. A partir daquele momento, os discípulos se olham perplexos para entender e perguntar quem é que vai trair Jesus. Da Vinci procurou dar expressões únicas a cada personagem, em suas mãos, olhares e postura, de acordo com a personalidade de cada apóstolo. Confira a posição de cada um à mesa (considerados os manuscritos de da Vinci).
Aqui se encontram alguns fatos que despertam curiosidades em todos até hoje:
Leonardo como Judas: Muitos desconhecem, mas o artista colocou seu auto-retrato na figura de Judas Tadeu.
Adaga na mão de Pedro: Esta representação de Leonardo tem a intenção de marcar o verdadeiro traidor da mensagem de Cristo. Acredita-se que Pedro era um Zelote, um radical pertencente ao grupo Sicários (homens da adaga) ao qual Judas Iscariotes também fazia parte.
Maria Madalena: Uma das grandes fontes de discórdia até hoje, a figura feminina sentada ao lado de Jesus, segundo seus manuscritos representa o apóstolo João, o apóstolo puro. E no renascimento esta pureza era representada pela figura com traços femininos. Porém muitos acreditam que a figura se trata de Maria Madalena.
Ausências: Leonardo optou por não representar o simbolo máximo da aliança de Deus com os homens, o Cálice Sagrado ou Santo Graal. Também é notada a falta do Cordeiro à mesa que era tradicional na reunião da época.
Uma Vida Difícil
Os problemas da obra começaram cedo. Da Vinci era conhecido pelas suas experiências e decidiu inovar ao pintar a Última Ceia. Ao invés de pintar sobre o reboco fresco (Daí o nome Afresco) onde a tinta na forma mais liquida penetra e seca junto com a parede, ele decidiu aplicar gesso e usar tinta óleo sobre a superfície seca. O resultado foi um verdadeiro desastre, a obra mal foi concluída e as rachaduras já eram evidentes.
Já no século XIX o Imperador Napoleão ao ocupar Roma usou a sala como estábulo para seus cavalos. Mas ao ver o estado que a obra já se encontrava ele decidiu que o local não seria mais usado por nenhuma tropa. Também encomendou a Giacomo Raffaelli uma cópia o mais fiel possível em micro mosaicos para que durasse por séculos.
Mas se não bastassem todos os problemas, em agosto de 1943 o complexo de Santa Maria delle Grazie foi quase que completamente destruído pelos bombardeios da Segunda Guerra.
Eles destruíram as paredes laterais e o telhado do refeitório caiu. A Pintura, protegida por poucos sacos de areia, ficou milagrosamente em pé. Ela foi coberta posteriormente por uma lona e passou alguns anos a céu aberto, exposta ao sol e chuva, antes que a cidade e seus monumentos fossem reconstruídos.
Na sua restauração, infelizmente o centro da mesa, com os pés de Jesus, estava totalmente destruído. Então decidiram colocar uma porta em arco em seu lugar.
Cópias mais Famosas
A primeira cópia da obra foi feita por Giampetrino, poucos anos depois, em 1520. Ele era um aluno e discípulo de da Vinci. Na sua obra notam-se, inclusive, os traços do seu mestre. Esta obra é considerada por muitos como a representação mais fiel do original.
A segunda como mencionamos foi fruto da encomenda de Napoleão Bonaparte à Giacomo Raffaelli em 1818. Considerada a mais bem conservada obra retratando a Última Ceia, a obra foi feita no monastério de Minoritenkirche em Viena. Trata-se de um mosaico, rico em detalhes já que Raffaelli utilizou peças realmente pequenas para a reprodução.
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